Hoje, ao retornar para casa, desempoeirei uma velha vitrola e coloquei para tocar um vinil de Cat Stevens – a melodia de “Father and Son”. A cada acorde, uma lembrança. A cada estrofe, uma conexão com diferentes momentos da minha vida. Recentemente, em minha incessante busca pela compreensão da felicidade, essa canção ganhou um significado ainda mais profundo. A história da música, que reflete a complexidade das relações familiares e a passagem do tempo, se entrelaça com minha jornada pessoal em busca de entendimento e propósito.
Essa melodia trouxe à tona lembranças de uma viagem que fiz pela costa oeste dos EUA. E entre tantos pontos turísticos, o que se destacou foi a visita à prisão de Alcatraz. Uma ilha que abrigava a prisão mais temida dos Estados Unidos, com sua fama de ser intransponível. Contudo, o que muitos não sabem é que Alcatraz, além de seus muros e grades, carrega histórias e lendas que vão além das celas.
Uma dessas lendas, que ouvi durante a visita, conta que um diretor de Alcatraz propôs um desafio aos prisioneiros: a liberdade. Durante o dia, todos trabalhavam arduamente, mas à noite, tinham à disposição materiais suficientes à beira-mar para construir um barco e tentar a fuga. A liberdade estava ao alcance, bastava esforço e determinação. No entanto, curiosamente, nenhum prisioneiro levou a cabo esse sonho de fuga.
Essa lenda é um reflexo de nossas vidas. Quantos de nós realmente perseguem seus sonhos, mesmo com todas as ferramentas ao alcance? Quantos deixam que os muros invisíveis, construídos por medos e inseguranças, limitem suas aspirações? A busca pela felicidade não é uma viagem fácil, mas é necessário empenho, dedicação e, acima de tudo, acreditar que é possível. Afinal, como Cat Stevens nos lembra, a vida é feita de momentos, e a felicidade é a jornada, não o destino.



















